Halo: Reach – O prequel da saga épica

Multiplayer em Halo: Reach

Confesso que falar de Halo: Reach (da Bungie, distribuido pela Microsoft Game Studios, 2010) sem ser leviano vai ser uma tarefa complicada pra mim, uma vez que nunca havia jogado nenhum jogo da série antes dele. Mas tenho me divertido tanto com esse game nas últimas semanas que achei interessante expor as minhas impressões para indicar este clássico instantâneo do XBOX 360.

Para quem não conhece, Halo é uma série de games FPS (First Person Shooter, tiro em primeira pessoa) de ficção científica centrada no conflito entre humanos e os Covenant (“o Pacto”), um grupo de alienígenas de diferentes espécies unidos por uma crença comum: louvar aos Forerunners (algo como “os Precursores”, embora haja um outro grupo no universo de Halo com o nome de Precursors). Os Covenant tinham por objetivo localizar relíquias de seus deuses e, em uma revelação por uma antiga Inteligência Artificial Forerunner a políticos Covenant, é descoberto que as relíquias dos Forerunners eram na verdade a própria raça humana, que seriam os seus descendentes. Com medo de perder seus poderes político-religiosos, os líderes Covenant declaram guerra contra os humanos, acusando esses de serem uma afronta aos seus Deuses.

Os principais motivos para o sucesso do game original (Halo: Combat Evolved de 2001 para XBOX, Windows e Mac) foram a sua jogabilidade fluida em joysticks e um multiplayer decente (ainda que offline) – algo praticamente inexistente até então, em se falando de consoles de video game. A excelente receptividade de Halo: Combat Evolved fez com que a Microsoft investisse ainda mais na franquia, com desdobramento da série em uma trilogia (Halo 2, para XBOX e 3, para XBOX 360), além dos spin-offs Halo 3: ODST e o jogo de estratégia Halo Wars. Em suma, não é exagero falar que um dos maiores motivos de existir um XBOX 360 hoje é a própria franquia Halo.

Isto posto, falemos um pouco de Reach.

Ambientação

Halo: Reach se passa antes dos eventos da trilogia original, de maneira que personagens familiares para os jogadores antigos da série (como o protagonista Master Chief e a inteligência artificial Cortana) não estarão presentes.

A história conta o esforço do grupo de Spartans conhecido como Noble Team em defender Reach, uma das últimas colônias de seres humanos existentes, e descobrir os reais interesses dos Covenant naquele setor. O jogador assume o papel de Noble Six, um talentoso Spartan que acaba de entrar neste time.

Durante todo o tempo se nota uma sensação de urgência, principalmente pela percepção do Noble Team em relação ao poder de fogo dos Covenant, muito maior que o das forças humanas neste planeta. Esta urgência faz com que a trama se torne mais e mais envolvente, prendendo o jogador até o último minuto.

Os cenários de Reach são bastante variados, passando desde campos verdejantes até cidades claustrofóbicas. É possível notar em algumas fases a grandiosidade da guerra, com inúmeras naves atacando incessantemente e diversas estruturas militares bem castigadas pelos ataques de ambos os lados.

Gameplay

Halo: Reach - Gameplay

Halo: Reach é o tipo de FPS que eu gosto: aquele que não é “sobre trilhos“, como é o caso dos populares Call of Duty e Battlefield. Isso significa que o jogador tem mais liberdade para andar no mapa e no campo de batalha mesmo durante o modo campanha. Os cenários são relativamente grandes e espaçosos em sua maioria, o que permite ao jogador criar estratégias para flanquear os inimigos.

O jogador carrega sempre duas armas por vez consigo, podendo ser armas humanas ou dos Covenant. Esse ponto vale a pena mencionar, pois se em jogos de guerra mais realistas há pouca variação nos efeitos de dez ou 20 rifles diferentes, em Reach, por ser um jogo mais fantasioso, têm se resultados bem diversificados ao se utilizar os diferentes tipos de armas. Isso varia desde armas que soltam cristais que “perseguem” os inimigos (Needler) às tradicionais escopetas (Shotgun), passando por lança-granadas, rifles de assalto, canhões de plasma dentre outras. E essas armas têm nitidamente efeitos bem diferentes para a jogabilidade.

Além das duas armas, itens especiais dão poderes adicionais ao Spartan, que ajudam bastante na elaboração de estratégias de combate. Dentre estes poderes, pode-se citar super-velocidade, vôo, escudo de energia, camuflagem e projeção de um holograma para enganar os inimigos.

Outro ponto que vale muito a pena ser citado é a inteligência artificial dos inimigos. Diferente de grande parte dos jogos de tiro, em Reach – e pelo que ouvi falar, em outros jogos da série Halo – a inteligência artificial é algo muito claro e perceptível. Os inimigos não ficam esperando o jogador tomar alguma atitude para atacar de volta: eles vão pra cima e, mais que isso, eles cercam, jogam granadas e combinam esforços para fazer da vida do pobre Noble Six um inferno. Isso torna jogar Halo: Reach uma experiência muito prazerosa, aumentando ainda mais o fator replay.

Algumas variações na jogabilidade são bem interessantes também, como a fase New Alexandria, onde o jogador deve pilotar um Falcon (uma espécie de helicóptero/avião de pequeno porte) e as fases onde há veículos terrestres para serem utilizados – o jogador pode inclusive abrir mão de dirigir e ficar em uma torreta cuidando apenas de eliminar os inimigos.

Multiplayer

Eu confesso que nunca fui muito um jogador de Multiplayer, principalmente em se tratando de FPS, onde geralmente você é jogado numa sala cheia de coreanos de 12 anos de idade que não fazem nada na vida além de praticar Headshots em velhinhos como eu. Mas o multiplay de Halo: Reach é tão balanceado que depois de muito pouco tempo eu comecei a conseguir me virar bem naquele ambiente hostil.

Diferente do Multiplay de games como Battlefield, onde os cenários são enormes e é muito fácil morrer no meio do caminho tomando um tiro de sniper (fazendo muitas vezes que você volte do começo da tela e percorra todo aquele caminho novamente), Reach conta com cenários menores e mais diretos, permitindo jogos rápidos e divertidos.

Além dos modos clássicos “competitivos” de multiplaying, Reach conta com modos cooperativos, onde o jogador e seus companheiros devem enfrentar hordas de inimigos, compartilhando um número limitado de vidas. É possível também jogar a campanha de Halo em co-op, o que pode tornar o replay do jogo ainda mais divertido.

Vale lembrar que o Multiplayer de Halo pode ser jogado desde online, passando pelo clássico “tela-dividida” (com seus amigos em casa) e até mesmo com uma LAN de XBOX 360, onde cada XBOX pode inclusive comportar sua pequena equipe de jogadores.

Apresentação


Se por um lado eu confesso que não acho que Halo: Reach tenha a qualidade gráfica de outros shooters desta geração (como os excelentes gráficos de Battlefield: Bad Company 2 ou de Killzone 3), por outro lado eles estão muito longe de serem considerados ruins. Pelo contrário, os gráficos de Reach são muito bons, no entanto tem-se a sensação de que o potencial total do XBOX 360 não é utilizado no game.

A trilha sonora, criada por Martin O’Donnell (de Myth) e Michael Salvatori, é bem cinematográfica, ajudando muito a ambientar o jogador no clima da guerra em que a história se passa. Muitas vezes ela traz um tom mais tribal e sombrio, remetendo a ambientação a um clima mais épico.

Joguei Halo: Reach americano, então as dublagens foram as originais em inglês. Gostei muito da interpretação dos dubladores, que se faz bastante necessária, uma vez que em 90% do tempo todos os personagens estão com capacetes, privando de passar qualquer emoção por expressões faciais. Alguns amigos meus jogaram Reach com a dublagem em português brasileiro e elogiaram igualmente o trabalho feito com as vozes do jogo.

Considerações Finais

Halo: Reach é um jogo obrigatório para quem tem XBOX 360 e gosta de FPS. Eu confesso que na primeira vez que joguei não vi nada de mais. Mas Reach é um game que te cativa nos pequenos detalhes, imperceptíveis em uma única jogada, como a necessidade constante de mudar de estratégia para enfrentar os inimigos e a inteligência artificial que o game tem.

A campanha é sensacional, com um final épico que merece ser jogado até o fim. Os personagens são cativantes, ainda que pareçam muito com aqueles estereótipos clássicos de filmes de segunda guerra mundial.

Os multiplayers – cooperativos e competitivos, locais e online – são todos divertidíssimos de jogar, o que garante um gameplay ainda mais extenso. A comunidade de Halo: Reach é bem grande e não é incomum encontrar grupos de brasileiros de todos os cantos do país para se jogar online.

Jogue! E se for jogar me adicione: jluiz81 😉

Links

Halo: Reach é um FPS exclusivo para o XBOX 360. Fotos extraídas do próprio site Oficial do game.